Antoine Lavoisier
Continuação sobre o tema Lavoisier:
Sua Esposa
Um fato muito importante na vida de Lavoisier foi seu casamento aos 28 anos com Marie-Anne (13 anos) no ano de 1771.
Além de um dote generoso recebido pelo casamento, encontra em sua mulher uma pessoa muito culta com talento para artes e compreensão de línguas como o latim e o inglês, esse último de extrema utilidade para tradução de artigos nessa língua uma vez que Lavoisier não era versado nesse idioma.
Na vida de Lavoisier sua esposa foi sempre muito importante, pois se tornou colaboradora científica de seu marido, fazendo diversas anotações, desenhos de experimentos montados, inclusive sendo responsável pelas artes ilustrados no Livro Tratado Elementar da Química.
Descoberta do oxigênio
Foi também o químico responsável pela “descoberta” do oxigênio a partir de uma série de experimentos de redução de óxido de mercúrio obtendo metal reduzido e oxigênio gasoso entre outros experimentos que produziam ou consumiam o mesmo. Até hoje se discute sobre a autoria de tal descoberta, mas em geral tende-se a creditá-la à Lavoisier.
Essa “descoberta” já havia sido descrita anteriormente em experimentos por cientistas como Priestley e Scheele que o denominaram de outras maneiras como “ar desflogistado ou vital”, porém descreveram sua capacidade de manter acessa uma vela ou até mesmo manter animais vivos por algum tempo, mas somente Lavoisier soube dar um significado realmente científico à descoberta.
Em 1775 apresentou seu trabalho sobre o ‘ar desflogistado’ aos membros da Academia, no entanto sem citar o trabalho de Priestley, que havia lhe confiado essa informação sobre a reação em almoço, o que lhe rendeu críticas desse último. O trabalho apresentado explica esse fenômeno observado como sendo o processo inverso do “ar fixado” ao metal durante sua calcinação.
Em 1776 Priestley publicou os resultados de seu experimento em que realizava a queima de carvão dentro de uma cuba imersa em uma solução com água de cal e como resultado obtinha-se a extinção da chama e a elevação do volume de água chamando o gás consumido de desflogistado (oxigênio), o restante de ar flogistado (nitrogênio) e o ar absorvido de ar fixo.
Em 1777, Lavoisier depois de inúmeros experimentos e certo do papel do gás que ele estudava mudou sua denominação para princípio ácido ou “oxigínio” que mais tarde seria nominado de oxigênio bem como conduziu uma série de experimentos semelhantes aos de Priestley e observou que o volume da coluna de água que se erguia era sempre de 1/5 do recipiente, chegando assim também à conclusão de que o oxigênio compunha 20% do ar atmosférico sendo o restante chamado de ‘mofeta’ mais tarde denominado de azoto (nitrogênio).
Seu Legado
Em 1794, morre um dos mais brilhantes cientistas da época e um grande revolucionário na forma de enxergar a química, condenado à decapitação, ele foi vítima da “Fase do Terro” da Revolução Francesa pela sua relação com a Ferme Générale, sendo acusado de “crimes” dos quais não era responsável e muito embora tenha provado que suas ações sempre haviam sido justas e honestas.
Durante um tempo, muitos químicos da época foram relutantes em aceitar suas ideias, porém muitos outros seguiram seus ideais e que com o tempo comprovaram a veracidade da sua teoria o que tornou irreversível o processo de revolução na química.
Como seu legado tem-se diversos equipamentos de laboratório, seu livro “O Tratado Elementar da Química” em que passa adiante a maior parte de seu legado e ideias, uma exposição de seus equipamentos de laboratório no museu em Paris e principalmente a defesa da ‘Lei da Conservação das Massas’, a qual defende e tenta comprovar em diversos trechos de seu livro e materiais científicos.
Como é muito conhecido hoje, em nenhum momento Lavoisier pronunciou a frase mundialmente conhecida, sendo a mesma uma colocação filosófica de uma frase em que ele afirma de maneira um pouco diferente, a sua fé na conservação de massas e em vários momentos demonstra sua fé na balança.
“Na natureza nada se cria nada se perde tudo se transforma”
Filgueiras, C. A. L. Lavoisier - O estabelecimento da química moderno: nada se cria, nada se perde, tudo se pesa, 2ªed.- São Paulo: Odysseus Editora, 2007.